*A verdade sobre a tabela de calorias dos rótulos dos produtos*
- a caloria de uma colher de Nutella engorda tanto quanto duas de requeijão light
- a latinha de cerveja é o mesmo que um copo de suco de laranja
que engano! Os rótulos não dizem que seu corpo pode digerir cada um desses alimentos de forma diferente. O modo de preparo, a textura, a composição ou mesmo dúvidas sobre o método de contagem das calorias são capazes de diminuir ou aumentar a energia extraída da comida em até 50%. Quando Wilbur, fez suas contas e descobriu que carboidratos e proteínas geravam 4 quilocalorias (kcal) por grama e gorduras 9 kcal por grama, ele esqueceu de considerar que o corpo humano absorve cada tipo de alimento de forma diferente, e isso pode modificar esses números que aparecem nas embalagens. Atenção: «calorias = energia»
As fibras presentes em cereais e alimentos integrais, são mais resistentes à digestão que outros alimentos, diminuem o tempo de trânsito intestinal e os ingredientes têm menos tempo para ser absorvido, o que significa que menos calorias são aproveitadas. Geoffrey Livesey médico e nutricionista inglês, em seus estudos estima que as fibras são capazes de diminuir em até 25% a energia fornecida pelos alimentos. Então:
- entre a cerveja e o suco de laranja, ambos com cerca de 140 kcal por copo o que tem mais fibras (suco de laranja), significa menos calorias no organismo.
O processamento e o cozimento dos alimentos aumentam em muito a energia da comida – em parte porque facilita a digestão, diz Richard Wrangham, antropólogo americano. Percebeu em seus estudos que os alimentos cozidos deram mais energia aos homens pré históricos, os ajudando na sobrevivência, na procriação e na estocagem de energia, suficiente para fazer o cérebro crescer. As suas experiências indicaram que se absorve 30% a 50% a mais de energia de um ovo cozido que de um ovo cru, e de 10% a 50% mais calorias quando comemos alimentos rígidos ou ricos em proteína cozidos. Acontece isso porque cozinhar facilita a quebra de moléculas e de nutrientes pelo organismo. Texturas macias parecem ter o mesmo efeito. "Mesmo quando as calorias são exatamente iguais, as comidas mais moles proporcionam mais ganho de peso" afirma o antropólogo. Testes feitos em ratos comprovaram que os que comeram comida mais macia engordaram 30% a mais que os outros. Eles comeram a mesma quantidade de calorias e foram submetidos aos mesmos exercícios físicos. A única diferença foi a dificuldade na mastigação e digestão.
O grau de maturação das verduras e legumes e a adição de farinhas e açúcar refinados também podem modificar a digestão. Os vegetais verdes dificultam o processo, enquanto os ingredientes refinados ajudam o acúmulo de calorias no organismo. O amido contido na banana verde, necessita de mais energia para serem digeridos. As massas, pães e tubérculos bem cozidos, na textura mais agradável ao paladar, facilmente mastigáveis, são digeridos e convertidos em glicose minutos depois.
Brasil
Desde 1996, o Nepa (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação) coordena o projeto da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, programa que tenta evitar as discrepâncias entre as avaliações e descobrir as calorias e nutrientes dos alimentos brasileiros. O governo federal investe no projeto. É a lista mais confiável até hoje.
"Alguém que adora comida crua deve saber que está aproveitando menos calorias que o sugerido no rótulo"
"E comidas superprocessadas têm mais calorias que seus equivalentes mais crus"
"Quando a alimentação é variada e há atividade física, a ingestão calórica se torna menos importante"
As tabelas de calorias continuarão a seguir o velho modelo implantado por Atwater no século XIX. E ainda bem distante da realidade.
Origem: Revista Galileu – setembro 2009
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