Quando manuseamos um baralho de Tarot, não nos damos conta da história artística que o trouxe até os dias atuais. Apenas adquirimos o baralho de nosso interesse, pagamos por ele e o utilizamos. Essa facilidade nos distancia da verdadeira essência que torna o baralho único, outrora imaginado, intuido, inspirado por artistas que deixaram seu marco criativo impresso nas lâminas. Com a quantidade de baralhos no mercado hoje (existem mais de 8.000 catalogados), podemos pensar que se tornaram verdadeiras "galerias de arte" dinâmicas, apropriadas a cada gosto e estilo.
Século XIV
Durante o período do século XIV, os artesãos de cartas não compunham um grupo expressivo, sendo eles contratados na sua maioria por nobres para a encomenda de obras artísticas, dando-os a única alternativa de se unir a outros grupos maiores. No período final do mesmo século, já havia uma significativa mudança nas criações dos baralhos, utilizando-se colagem e corte do papel mais aperfeiçoado, aumento das combinações de cores, durabilidade das lâminas, etc.
Século XV
Não podemos deixar de citar o Toth Tarot, de Aleister Crowley, que levou 5 anos (1938 a 1943) para ser concluído, artisticamente ilustrado pelas mão de Lady Frieda Harris. A arte tem ares surrealista, forte composição e combinação de cores, dando uma "sensação hipnótica", como relatam alguns.
Muitos Tarots criados ainda nesse século trazem a idealização e intensa corrente de pensamento de seus criadores. O material utilizado pelos artistas vai do bico de pena ao carvão, do lápis a hidrocor, da aquarela à tinta a óleo. O que importa é a sensibilidade envolvida !
Dando um pulo no passado, descobriremos curiosidades em relação às criações do famoso baralho. Com a escassez de recursos, todo trabalho executado era uma verdadeira obra de artesão. Reportamo-nos ao ano de 1392, na França. Um modesto artesão de nome Jacquemin Gringonneur, desenha a pedido do Rei Carlos I, o mais antigo Tarot que se tem preservado. Todo trabalho manualmente desenvolvido, com folhas de ouro, tintas apropriadamente preparadas, estilo inconfundível, fez do «Tarot de Gringonneur» uma peça valiosíssima, que pode ser encontrada ainda hoje no Museu da Biblioteca Municipal de Paris, restando apenas 17 Arcanos. Apesar de não conter nomes e números, as lâminas realmente pertencem a um baralho de Tarot. Todo trabalho foi feito meticulosamente, com o capricho digno de um rei. Podemos pensar que só os nobres tinham acesso a tal trabalho, já que todo processo de confecção o encarecia muito.
Durante o período do século XIV, os artesãos de cartas não compunham um grupo expressivo, sendo eles contratados na sua maioria por nobres para a encomenda de obras artísticas, dando-os a única alternativa de se unir a outros grupos maiores. No período final do mesmo século, já havia uma significativa mudança nas criações dos baralhos, utilizando-se colagem e corte do papel mais aperfeiçoado, aumento das combinações de cores, durabilidade das lâminas, etc.
Século XV
Ainda podemos encontrar nos alfarrábios, outro antigo baralho de Tarot, o «Visconti-Sforzi» ricamente ilustrado, feito também artesanalmente por Bonifácio Bembo, em fundo de ouro, prata e vermelho, adquirido pelo Duque de Milão, Fillipo Maria Visconti, por volta de 1450 (Cremona na Itália), na ocasião do enlace matrimonial de sua filha, Bianca Maria Visconti com Francesco Sforza, aproximando a disposição original dos 78 Arcanos. O baralho está dividido pelo mundo: uma parte na Biblioteca Piermont de Nova Iorque e outra parte entre colecionadores. A arte comporta no baralho é inconfudivelmente medieval, lembrando o estilo das iluminuras dos livros sagrados da época.
No princípio do século XV, começa a ser empregada uma técnica que viria a revolucionar as demais: a máscara, que consistia em padrões ou moldes perfurados e entalhados. Acredita-se que esse processo deu origem à xilografia, técnica que permitia gravar a partir de um bloco de madeira, funcionando como um carimbo. Todo esse "pulo tecnológico" surgiu da necessidade de não mais os artesãos se exporem a compostos químicos de suas tintas (que matava muitos por processo cancerígeno), bem como as doenças respiratórias provocadas pelo mofo do papel e os ferimentos causados pelas ferramentas rústicas que utilizavam para cortar o papel e que, volta e meia, levava também um dedo (dentre outros problemas como cegueira, lesões por esforço repetitivo, etc). As lâminas não possuíam nomes ou numerações.
Século XVI
Século XVI
Surgiram diversos baralhos, denominados Tarocchinos (ou Taroccos), principalmente na Itália, França e Espanha. A preocupação com a arte nessa época começou a se estender ao dorso das lâminas. O desenho composto por múltiplas linhas cruzadas diagonalmente e de diversos tamanhos, foi batizada pelos franceses de Tarotée (uma das possíveis etimologias da palavra Tarot) e outro desenho (raramente utilizado) denominado Tares, era composto por pingos ou respingos, feitos normalmente em prata. A arte composta nas lâminas ainda possuía fortes traços geométricos, tornando as figuras humanas "quadradas" e as cores não possuíam "o vivo" encontrado séculos depois.
Século XVII
Século XVII
Um novo rumo começou a acontecer em relação à criação das lâminas por volta do século XVII, quando a Europa vivia a forte influência da cultura cigana. Os ciganos, ligados ao colorido forte (encontrado principalmente em suas vestimentas), determinaram a evolução artística do Tarot: as lâminas começaram a ganhar tons mais alegres e menos sombrios. Nessa época a proliferação dos métodos advinhatórios, começou a despertar na mente dos artistas, muita imaginação. Acredita-se que por volta do final desse século é que tenha surgido o Tarot de Marselha. A técnica utilizada é a xilografia (desde o século XV) e nesse período o avanço gráfico foi primordial (o que influenciou Gutenberg, com a criação da imprensa). O Tarot de Marselha possui traços inconfundíveis (que influenciaram outros artistas). As figuras eram entalhadas na madeira ao contrário e o artista se perdia, possuindo nomes, números, compondo um grupo de 78 Arcanos (clássicos) e tendo maior profusão de cores. Infelizmente, pela forte influência política francesa, o Tarô de Marselha perdeu sua estrutura original de cores e adquiriu na maior parte de seus detalhes, as cores da bandeira francesa.
Século XVIII
Século XVIII
Por volta do ano de 1796, o alemão Alois (ou Aloys) Senefelder desenvolve uma técnica denominada litografia (ou litogravura). Essa técnica consistia numa impressão baseada no fenômeno físico-químico da repulsão entre a água e os materiais mais gordurosos, já que não podem se misturar. A imagem era desenhada em uma pedras (pedra litográfica) ou numa placa metálica (zinco, por exemplo). Para fazer esse desenho empregava-se uma substância oleosa. Depois de terminado, realizava-se fixação com ácido nítrico dissolvido em água-forte e goma arábica. O ácido nítrico abria os poros da pedra, permitindo que esta absorvesse a gordura, enquanto a goma arábica realizava a tarefa básica de fixação. Desse modo, obtinha-se uma superfície com algumas áreas cobertas por uma película que não dissolvia. A imagem fixada atraía a tinta oleosa e rpelia a água, motivo pelo qual, quando a pedra era umedecida com um esponja e se passava sobre ela um rolo impregnado de tinta oleosa de impressão, a tinta aderia no desenho e não no restante da pedra molhada. O processo era complexo e exigia equipe muito preparada para tal feito. Muitos baralhos comuns foram feitos a partir dessa técnica e somente alguns de Tarot. A impressão era normalmente o preto sobre o branco, mas com uma grande riqueza de detalhes. Por volta do século XVIII eram oferecidos cursos de litografia e a era da xilografia parecia que começava a terminar. Com o advento da imprensa, os rumos da arte do Tarot mudaram por completo. Para se Ter uma pequena idéia do salto que ocorreu, no século XV só havia 3 fabricantes oficiais de Tarot (Itália, Alemanha e Bélgica); no século XVI, 8 fabricantes (mais a França); no século XVII, 11 fabricantes e no século XVIII, o incrível número de 196 !!!! Um salto e tanto !
Século XIX
Século XIX
Por volta do século XIX, com um número total de 484 produtores de Tarot em toda a Europa, muitos baralhos surgiram confeccionados com uma grande riqueza de detalhes. Com a proliferação do veio ocultista do Tarot no século anterior, muitos baralhos surgiram com símbolos astrológicos, letras hebraicas, glifos mágicos, etc. Baralhos como Grimaud, Eteilla, Oswald Wirth, dentre outros já possuíam particularidades próprias de seus criadores. Com certeza a imprensa foi uma das grandes maravilhas do milênio!
Século XX
Século XX
A ousadia dos artistas e seus criadores, levaram a uma grande gama de baralhos que são até hoje, fenômenos de venda. A explosão artística tomou fortes rumos no princípio do século XX, quando muitas ordens ocultistas influenciaram definitivamente o pensamento dos criadores e artistas. Por volta de 1920 é criado o Rider Tarot, idealizado por Arthur Edward. Esse Tarot trouxe um conceito artístico revolucionário: possui uma vasta ilustração em seus Arcanos Menores. As cores do Rider, trabalhadas pela inspiração da jamaicana Pamela Colman Smith, são vivas, alegres e os traços e desenhos, lembram a fase renascentista. Esse baralho é o segundo mais vendido hoje e um dos que mais influenciaram outros artistas ( o primeiro é o de Marselha).
Não podemos deixar de citar o Toth Tarot, de Aleister Crowley, que levou 5 anos (1938 a 1943) para ser concluído, artisticamente ilustrado pelas mão de Lady Frieda Harris. A arte tem ares surrealista, forte composição e combinação de cores, dando uma "sensação hipnótica", como relatam alguns.
Muitos Tarots criados ainda nesse século trazem a idealização e intensa corrente de pensamento de seus criadores. O material utilizado pelos artistas vai do bico de pena ao carvão, do lápis a hidrocor, da aquarela à tinta a óleo. O que importa é a sensibilidade envolvida !
Fonte: Taroterapia_Arte no Tarô
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