sexta-feira, 18 de julho de 2008

Clarice Lispector

quadro feito por De Chirico


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam"



Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro 1920, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. 

Seu pai consegue, em Bucareste, um passaporte para toda a família no consulado da Rússia. Era fevereiro 1922, quando foram para a Alemanha e, no porto de Hamburgo, embarcam no navio "Cuyaba" com destino ao Brasil. Chegam a Maceió em março 1922, sendo recebidos por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin, que viabilizara a entrada da família no Brasil mediante uma "carta de chamada". Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania(irmã), todos mudam de nome: o pai passa a se chamar Pedro; Mania(mãe) Marieta; Elisa(irmã); e Haia em Clarice. Pedro passa a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.

Morre a mãe de Clarice no dia 21 de setembro 1930. Nessa época, com nove anos, matricula-se no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro, onde termina o terceiro ano primário. Estuda piano, hebraico e iídiche. Uma ida ao teatro a inspira e ela escreve "Pobre menina rica", peça em três atos, cujos originais foram perdidos. Seu pai resolve adotar a nacionalidade brasileira.

Pedro, pai de Clarice, em Dezembro de 1934, decide transferir-se para a cidade do Rio de Janeiro.
Viaja em companhia de sua irmã Tania e de seu pai, na terceira classe do vapor inglês "Highland Monarch". Vão morar numa casa alugada perto do Campo de São Cristóvão. Ainda nesse ano, mudam-se para uma casa na Tijuca, na rua Mariz e Barros. No colégio Sílvio Leite, na mesma rua de sua casa, cursa o quarta série ginasial. Lê romances adocicados, próprios para sua idade.

Inicia seus estudos na Faculdade Nacional de Direito em 1939. Faz traduções de textos científicos para revistas em um laboratório onde trabalha como secretária. Trabalha, também como secretária, em um escritório de advocacia.

Casa-se em 1943 com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente e termina o curso de Direito. Seu marido, por concurso, ingressa na carreira diplomática.

Nascimento do primeiro, filho Pedro, ocorrido em 10 de setembro 1948.

Em 10 de fevereiro 1953, nasce Paulo, seu segundo filho.

Separa-se do marido e, em julho 1959, regressa ao Brasil com seus filhos.

Na madrugada de 14 de setembro de 1966 dorme com um cigarro aceso , provocando um incêndio. Seu quarto ficou totalmente destruído. Com inúmeras queimaduras pelo corpo, passou três dias sob o risco de morte — e dois meses hospitalizada. Quase tem sua mão direita — a mais afetada — amputada pelos médicos. O acidente mudaria em definitivo a vida de Clarice.

Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário vitimada por uma súbita obstrução intestinal, de origem desconhecida que, depois, veio-se a saber, ter sido motivada por um adenocarcinoma de ovário irreversível. O enterro aconteceu no Cemitério Comunal Israelita, no bairro do Caju, no dia 11. 

Algumas obras de Clarice:

Romances
  • Perto do Coração Selvagem (1944)
  • O Lustre (1946)
  • A Cidade Sitiada (1949)
  • A Maçã no Escuro (1961)
  • A Paixão segundo G.H. (1964)
  • Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969)
  • Água Viva (1973)
  • A Hora da Estrela (1977)
  • Um Sopro de Vida (pulsações) (1978)
Contos
  • Alguns Contos (1952)
  • Laços de Família (1960)
  • A Legião Estrangeira (1964)
  • Felicidade Clandestina (1971)
  • A Imitação da Rosa (1973)
  • A Via Crucis do Corpo (1974)
  • Onde Estivestes de Noite (1974)

"Ao mesmo tempo que ousava desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia com espanto ser um mistério para si mesma, continuará sendo um mistério para seus admiradores." (Pedro Karp Vasquez)

fontes: Wikipédia
              tvcultura.com.br
              claricelispector.com.br
              releituras.com


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