domingo, 29 de novembro de 2009

Casarão Rosa

O Palacete Rosa, construído pela família Jafet, resurge restaurado pelo psicólogo e médium Luiz Gasparetto


Na Rua Bom Pastor, no Ipiranga. O casarão é de inspiração mourisca, construído em 1927 pela tradicional família árabe Jafet. Impecável depois de um processo de restauro de quase 3 anos, o Palacete Rosa, como é conhecido - com seu charmoso minarete e janelas sempre fechadas - atiça a imaginação. De portão alto, escadaria de mármore o palácio urbano tombado como patrimônio da cidade. Todo o luxo que Munira e David Jafet, os primeiros proprietários, fizeram questão de instalar na mansão ainda está lá, assim como os recursos mais modernos, entre eles, um spa com ofurô, uma cozinha sofisticada e um belo home theater.

O interior do palacete é quase todo recoberto por afrescos e arabescos e tudo foi tombado, essa revitalização só poderia passar pela única parede despida desses atributos, nos fundos da residência. Foi assim que a casa, de 1 mil m2 de área construída em terreno de 1,2 mil m², ganhou aquecimento a gás e renovação das redes elétrica e hidráulica.

No térreo, o hall principal rouba a cena. São 5 metros do chão até a claraboia de vitrais coloridos que arremata o que é o coração do Palacete Rosa. O brilho do piso de granilite com peças de madrepérola incrustadas é apenas o aperitivo de um espaço requintado que reproduz o interior de uma mesquita, com seus arcos e paredes revestidas de alto a baixo de relevos em um rendilhado delicado. Na parte superior, que dá acesso aos quartos, um imenso tromp l’oeil reproduz a paisagem de uma cidade do oriente - segundo o proprietário, Bagdá.

Os cuidados com o restauro se estenderam aos vitrais da sala de jantar, de outra saleta do térreo e da escada, confeccionados pela tradicional Casa Conrado, a mesma responsável pelos painéis do Mercado Municipal e do Palácio das Indústrias, que já foi sede da Prefeitura de São Paulo, entre outros. Ainda receberam cuidado especial os afrescos assinados por Ernesto Frioli, autor também de pinturas do Teatro Municipal. O teto das salas de jantar e de música, estavam caindo e tiveram de ser suspensos lentamente com a ajuda de tirantes, em um processo que levou pelo menos seis meses.

A cozinha rústica, que em algum momento teve um fogão à lenha, porque na reforma foi encontrada uma chaminé, ganhou ladrilhos hidráulicos feitos sob encomenda. Um moderníssimo refrigerador Sub-Zero Side by Side (preço sob consulta na Iesa), os cooktops e o módulo barbecue da marca Smeg são outros confortos que o proprietário, cozinheiro de mão cheia nas horas vagas, fez questão de ter. Mais uma exigência foi a pia com tampo e as duas cubas de mármore verde Guatemala, instalada em uma ilha no centro do cômodo.

O mármore, dessa vez Amarillo Indalo, compôs com as pastilhas sextavadas outro cenário que une passado e presente, no banheiro do andar superior, que já conta com aquecimento a gás. A pedra, em outro tom, também está nos detalhes das torneiras douradas produzidas na Argentina.

O lustre veio de um antiquário do Rio de Janeiro, assim como os puxadores do móvel do home theater. Já a cama com dossel do quarto do proprietário no primeiro andar, apesar de parecer centenária, foi feita recentemente sob encomenda.


SPA no porão
Uma das maiores transformações ocorreu no antigo porão sem conforto, onde freiras ursulinas de rito oriental, que ocuparam o imóvel antes de Gasparetto, costumavam dormir. Durante décadas, elas mantiveram no local o Instituto Santa Olga - um abrigo para filhas de refugiados russos. As meninas ocupavam os dormitórios no primeiro andar, enquanto as religiosas repousavam no subsolo.

Mas pode esquecer a ideia de porão claustrofóbico e úmido. O do palacete tem 340 m², um bom pé-direito e, na reforma, ganhou melhor ventilação e bonitos ladrilhos hidráulicos para montar um dos espaços preferidos da casa, uma mistura de spa e residência de verão. Há academia, sauna e ducha.

No subsolo funciona ainda um estúdio, onde o proprietário faz seus projetos de decoração, trabalha no tear e guarda sua coleção de mais de 1.300 filmes antigos. Ele tem também um quarto perfeito para os dias mais quentes (o dormitório "oficial", com direito a cama com dossel fica no primeiro andar). As paredes muito grossas e a posição garantem um ambiente mais fresco. Como a casa é tombada não foi possível instalar um sistema de ar-condicionado no cômodo.

À prova do tempo
O Palacete Rosa foi cinza no tempo em que era ocupado pelas freiras. "Levamos meses para chegar à cor original", conta Gasparetto, que sonhava desde pequeno em ser dono do que sempre chama de casarão. Mas já não foi possível usar a mesma argamassa rosada da época da construção do imóvel.

Todo o lado externo do casarão, assim como os muros, receberam uma textura no tom certo e ainda um tipo de verniz que impermeabilizou o revestimento, para evitar problemas com infiltrações. Os muros também receberam um tratamento contra pichações, preocupação que certamente a família Jafet não tinha nos anos 20.













Origem: www.estadao.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Alguem...sabe...
Eu era uma pequena criança
Acho...que este casarão foi
Uma escola ????
Acho...que estudei neste casarão
Esquina c/museu
Ipiranga ???

Simone Tiemi disse...

O Gasparetto disse que antes dele comprar foi uma escola sim.Mas não sei se é a mesma que você se refere.

 
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