segunda-feira, 23 de junho de 2008

Museu do Ipiranga

Museu Paulista da Universidade de São Paulo

Poucos meses após a proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822, surgiu a primeira proposta, seguida de inúmeras outras de erigir um monumento à Independência do Brasil no próprio local onde ela havia sido proclamada, às margens do riacho do Ipiranga. Por falta de verbas e de entendimentos quanto ao tipo de monumento a ser erigido, é somente após sessenta e oito anos da proclamação que a idéia se concretiza, com a inauguração do edifício-monumento, em 1890.

Em 1884 é contratado, como arquiteto, o engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, que, no ano anterior, havia apresentado o projeto de um monumento-edifício para celebrar a Independência. O estilo arquitetônico adotado, o eclético, havia muito estava em curso na Europa e viria marcar, a partir do final do século XIX, a transformação arquitetônica de São Paulo. Valendo-se de uma das principais características do ecletismo, a recuperação de estilos arquitetônicos históricos Bezzi utilizou, de forma simplificada, o modelo de palácio renascentista para projetar o monumento.

Os primeiros jardins em torno do edifício, formados entre 1908 e 1909, foram projetados pelo paisagista belga Arsenius Puttemans e reproduzem concepções paisagísticas inspiradas nos jardins barrocos franceses, como os de Versailles. Em 1922, esses jardins foram ampliados em 1500 m2, passando a atingir o início da Av. D.Pedro I e na década de 30, sofreram novas intervenções, com o rebaixamento da área em frente à fachada principal.Da construção do monumento encarregou-se outro italiano, Luigi Pucci, responsável pela contratação da mão-de-obra necessária, pela compra de materiais e por fazer cumprir as determinações técnicas e ornamentais do projeto do engenheiro Bezzi. A preocupação com a fidelidade fez com que Bezzi executasse uma maquete em gesso, reproduzindo os detalhes arquitetônicos e de ornamentação. A monumentalidade do edifício demandou soluções originais no encaminhamento dos trabalhos: a mão-de-obra contratada era, muito provavelmente, italiana, visto não existirem, em São Paulo, nessa época, trabalhadores familiarizados com execução de ornatos. A técnica do tijolo também constituía uma novidade; em São Paulo ainda predominavam as construções em taipa, de dois tipos: a taipa de pilão e a taipa de mão, conforme a maneira de socar o barro. Mas havia já olarias na região de São Caetano, próxima do Ipiranga, de onde vieram os tijolos do edifício.
A distância dificultava em muito o transporte dos materiais construtivos. Para minimizar esses problemas, foi criada a estação de trens do Ipiranga, na linha S. Paulo Railway, nas proximidades do Rio Tamanduateí. A partir dali os materiais subiam as colinas, provavelmente em carretas.

Em 1890, as obras foram dadas por encerradas, embora houvesse ainda razoável soma de tarefas por completar, como a implantação dos jardins. A inauguração foi celebrada no dia 15 de novembro daquele mesmo ano, no primeiro aniversário da República.
fonte:www.mp.usp.br/

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