sábado, 25 de abril de 2009

Catarina de Aragão, a eterna rainha da Inglaterra



Catarina de Aragão – Princesa de Espanha (16 de dezembro de 1485, Alcalá de Henares — 7 de janeiro de 1536, Castelo de Kimbolton, Huntingdonshire) foi a primeira rainha consorte de Henrique VIII de Inglaterra. Foi ainda a mãe da rainha Maria I. Catarina, durante a juventude, foi efusivamente aclamada pela beleza e inteligência. 

Conversava tanto em seu espanhol nativo, quando em latim, francês e, mais tarde, inglês. Quando rainha, seu tempo foi majoritariamente empenhado em obras de caridade, o que lhe conferiu o amor do povo inglês, sendo, até hoje, a rainha consorte mais amada por eles. Seu túmulo em Peterborought nunca está sem flores, apesar de passados quase cinco séculos desde sua morte.




Catarina nasceu em Alcalá de Henares e foi a filha mais nova dos Reis Católicos Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela. Em 1501, Catarina casou com Artur Tudor, Príncipe de Gales, como contratado desde a infância dos dois. O rei Henrique VII , pai de Artur , ofereceu uma grande cerimônia de casamento. O casal foi viver no País de Gales mas pouco tempo depois Artur morreu repentinamente de malária. Catarina tornou-se viúva aos 16 anos. A sua determinação em ser rainha da Inglaterra a levou a afirmar que o casamento não fora consumado devido a pouca idade de ambos, o que foi a base da dispensa concedida pelo Papa Júlio II para uma nova união. Catarina estava determinada a ficar noiva de Henrique, seu cunhado de apenas 11 anos , e que com a morte do irmão mais velho, seria agora Príncipe de Gales e herdeiro do trono. O rei Henrique VII, porém o achava muito jovem para comprometê-lo, e o noivado teria que lhe render muitos benefícios, o que Catarina não poderia oferecer no momento. A situação de Catarina na Inglaterra ficou complicada, pois seus pais não queriam que ela voltasse para a Espanha sem os direitos de viuvez, o que o rei não concedia por não ter recebido a segunda parte do dote. Após um ano da morte de Artur, a rainha morreu no parto de um bebê natimorto. O rei então propôs casamento a Catarina, que primeiramente aceitou, vendo dessa maneira a forma de realizar o seu sonho de ser rainha. Porém, quando soube que seus herdeiros não teriam preferência na coroa sobre Henrique, ela recusou a proposta, o que deixou o rei enfurecido. O rei então promoveu o noivado de Catarina e Henrique VIII, sem nenhuma intenção de honrar o compromisso. Apenas manteria Catarina sem nenhum pretendente. Catarina então passou a viver afastada da corte, empenhando suas jóias para se manter e contando com seu séquito de leais serviçais espanhóis. Após seis anos, o rei morreu, e surpreendentemente Henrique quis imediatamente se casar com Catarina.

O casamento ocorreu apenas a 11 de junho de 1509 depois da ascensão ao trono de Henrique VIII. Catarina era extremamente popular junto da população, quer como rainha, quer como Princesa de Gales. Em 1513 chegou mesmo a servir como regente da coroa durante uma ausência de Henrique VIII que comandava a guerra com a França, sendo vitoriosa na Batalha de Flodden, quando defendeu a Inglaterra da invasão escocesa. Após algumas gravidez falhadas, Catarina deu à luz um rapaz, Henrique, que morreu pouco tempo depois. A sua última gravidez em 1516 resultou numa filha, a futura Maria I de Inglaterra.

Depois de Maria, Catarina não voltou a conceber, o que deixou Henrique preocupado com a sucessão. A Guerra das Rosas como consequência de instabilidade dinástica estava ainda bem presente na memória coletiva. Particularmente preocupante para Henrique, um estudioso de questões teológicas, era a afirmação contida no Levítico de que se um homem casar com a mulher do irmão, o casamento será estéril. Convencido de que Catarina teria mentido quanto à consumação do casamento com Artur, Henrique VIII começou a procurar a anulação do casamento em 1527. Ao mesmo tempo, arrancara de Ana Bolena a promessa de que ela seria sua amante e futura mulher. No Vaticano a tomada de decisão arrastou-se por sete anos. As gestões de Thomas Wolsey não foram bem sucedidas. O papa Clemente VII não parecia disposto a conceder a anulação por duas razões: primeiro esta sempre foi a doutrina da igreja e o comportamento do papado e depois poderia também ser visto como uma admissão de equívoco da igreja que concedera validamente, segundo as regras canônicas, a dispensa, segundo porque Clemente era uma marioneta política nas mãos do Imperador Carlos V, sobrinho de Catarina, a quem não convinha o fim da união. Cansado de esperar, Henrique separou-se de Catarina em 1531 e em 23 de maio de 1533, o Arcebispo da Cantuária Thomas Cranmer anulou a união sem aprovação do Vaticano. A implementação do Ato de Supremacia e a separação da Igreja Anglicana da Igreja de Roma, consumou a anulação.

Catarina foi separada da filha, a princesa Maria, e exilada da corte para viver na província, embora com todos os privilégios de uma Princesa de Gales. Mas jamais aceitou o divórcio e a despromoção e continuou a assinar a correspondência como Catherine the Queen. Catarina morreu em 7 de janeiro de 1536, vítima de uma doença prolongada, possivelmente cancro, e foi sepultada na Catedral de Peterborough com as honras de uma Princesa de Gales.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre

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