sábado, 2 de maio de 2009

Pelos olhos de uma palestina






Para conhecer um pouco o outro lado.
Muito se fala da divisão da Palestina, do lado israelense, mas dificilmente se vê o lado palestino. Criou-se uma ilusão, após a Segunda Guerra Mundial, que quem só sofre são os judeus, e isso ficou fortemente marcado em filmes, reportagens, livros e pouco se mostra o outro lado, o que aconteceu depois. O lado palestino depois da divisão. Hollywood mostra a tortura dos judeus, seus sofrimentos em variados filmes, mas nunca vimos uma grande produção, mostrando como foi o sofrimento dos palestinos na divisão e invasão de seu país. No livro 'Em busca de Fátima' de Ghada Karmi, a autora conta a saga de sua vida após a invasão e divisão da Palestina.





Algumas informações que estão no livro:

"Um Ziyad" mãe de Ziyad
"Abu Ziyad" pai de Ziyad

inglês, árabe e hebraíco eram as três línguas oficiais da Palestina, como decreto pelo governo britânico

os sobrenomes árabes muitas vezes derivam do local de origem

antes da divisão havia a distinção social dividida em três setores mais importantes:
- os camponeses (fellahin)
- as famílias rurais proprietárias de terras
- pessoal das cidades

A Palestina era acima de tudo um país agrícola e mal tinha uma única indústria até o século XX

Tradições e Costumes:
- vidreiros de Hebron
- tecelões de Majdal
- ceramistas de todos os vilarejos
- música, a dança folclórica 'a dabka'
- bordado tradicional; todos criados pela população rural

Os camponeses tradicionalmente usavam um tipo de calças largas; as mulheres usavam cafetãs, com corpete bordado, panos bordados descem até as saias em linhas paralelas e contornam as costas para formar um grande retângulo colorido, amarrado na cintura. Cada região tinha seu risco de bordado particular e suas cores. As pessoas podiam num relance ver se um vestido era de Jerusalém, de Belém ou de Gaza. Em outros lugares usavam simples vestidos escuros bordados. (Foto: Herodium onde se localiza a Tumba de Herodes)


Istiqbal é uma reunião só de mulheres, à tarde, quando os homens estavam fora, com doces e salgados, a conversa era toda sobre suas casa, filhos e maridos. Trocavam novidades, fofocavam e desabafavam. As mulheres se enfeitavam só para incitar a inveja ou a aprovação das outras. Em algumas reuniões se dançava e cantava.

"noiva" em árabe é uma palavra usada para denotar uma coisa de grande beleza.

Pratos tradicionais:
- falafel e hoummos
eram fáceis de fazer, custavam pouco e eram geralmente comidos como lanches. O judeus que vieram para Palestina no final dos anos 1920, pobres e famintos, aprenderam a fazer falafel, que era barato e nutritivo. Anos depois em Israel o falafel e o hoummos e outras receitas eram vistos como autênticos pratos israelenses.

Haganah é o exército judeu clandestino na Palestina, que supostamente ilegal, era de fato, oficiosamente reconhecido pelas autoridades e visto pelos palestinos como nada menos que um ramo do exército britânico. Os ingleses os treinaram, armaram e pagaram, dizia o povo. Tinha também outras forças como o Irgun Zvei Leumi e o Lehi (mais conhecido como Gangue Stern), estas últimas duas organizações eram conhecidas na Palestina como terroristas e foram responsáveis por uma espetacular campanha de violência contra qualquer um que atrapalhasse os seus objetivos, inclusive ações contra os ingleses. O termo 'terrorismo' hoje virtualmente sinônimo de árabes, especialmente muçulmanos, originou-se para designar os grupos judeus na Palestina.

Não era segredo que o exército britânico e os ingleses que trabalhavam na polícia palestina eram em geral pró-palestinos, enquanto o governo e seus funcionários eram pró-sionistas. (informações retiradas do Livro 'Em busca de Fátima')

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