sexta-feira, 1 de maio de 2009

Conceitos e crenças de diversas religiões



A religião sempre teve um aspecto intelectual. O crente tem idéias bem definidas sobre como a humanidade e o mundo vieram a existir, sobre a divindade e o sentido da vida. Esse é o repertório de idéias da religião, que se expressam por cerimônias religiosas (ritos) e pela arte, mas em primeiro lugar pela linguagem. Tais expressões linguísticas podem ser escrituras sagradas, credos, doutrinas ou mitos.









Monoteísmo – a crença que prevalece na maioria das grandes religiões ocidentais é a convicção de que existe um só deus. Há exemplos em muitas religiões de que o monoteísmo nasceu como reação à adoração de vários deuses (politeísmo). O islã tem suas raízes numa renovação ou reforma da antiga dos nômades árabes, a qual possuía numerosos deuses tribais.

Monolatria – é uma crença situada a meio caminho entre o politeísmo e o monoteísmo. Implica a adoração de um único deus, sem negar a existência de outros. Um deus é escolhido entre vários – por exemplo, na religião germânica se podia escolher entre Tor ou Odin, aquele em que se tivesse total confiança. Aqui a teoria fica em segundo lugar. O importante não é saber se determinado deus existe ou não, mas se ele é cultuado. Existem hoje exemplos de monolatria no hinduísmo.

Politeísmo – em religiões que possuem diversos deuses, é comum estes terem funções distintas, bem como esferas definidas de responsabilidade. A criação de animais e a pesca, o comércio e os diferentes ofícios, o amor e a guerra, podem ter seus próprios deuses. O mundo dos deuses com frequência é organizado da mesma maneira que o dos homens, numa família ou num Estado. Alguns pesquisadores acreditam que as divindades indo-européias (indianas, gregas, romanas e germânicas) se estruturam em 3 classes baseadas na sociedade da época:
  • o monarca (que muitas vezes era também sacerdote)
  • a aristocracia (os guerreiros), e
  • os artesãos, agricultores e comerciantes
Era comum as pessoas venerarem o deus que ocupava o mesmo lugar que elas na escala social. Geralmente o deus supremo é o deus do céu. Isso não implica que ele habite o céu, mas que se revele no firmamento e nos fenômenos associados à abóbada celeste. Em muitas religiões o deus do céu faz par com uma divindade feminina. A imagem do casal Céu e Mãe Terra é de fácil compreensão para uma sociedade agrária. A terra é fértil e dá o alimento ao homem, mas só depois de receber sol e chuva do céu. Além dos "deuses reis", familiares para nós porque se encontram na mitologia clássica e na germânica, há uma grande quantidade de deuses menores e espíritos em volta de nós que são patronos de determinadas doenças ou de certas profissões.

Panteísmo – é uma crença que difere tanto do monoteísmo como do politeísmo. Aqui a principal convicção é que Deus, ou a força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que nele existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou um sistema do mundo.O panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o divino.

Animismo e crenças nos espíritos – em muitas culturas prevalece a crença de que a natureza é povoada de espíritos. Isso se chama animismo, da palavra animus, que significa "alma", "espírito". Em certa época os historiadores da religião pensavam que o animismo havia sido a base de toda a religião e que mais tarde ele se transformou, via politeísmo, em monoteísmo. Mas essa é apenas uma teoria. O que é certo é que o animismo impera em várias sociedades. Em nossa própria cultura a noção de espírito está presente em muitas criaturas relacionadas com as forças naturais: espíritos das águas, duendes, fantasmas e sereias. Os espíritos dos mortos também continuam a desempenhar um importante papel na África, na América Latina, na China e no Japão. Normalmente as características dos deuses são mais individualizantes e definidas com mais clareza que as dos espíritos. E as divindades em geral tem nome. Mas em inúmeros casos é difícil distinguir de imediato entre deuses, antepassados e espíritos. Todos são expressões da força sobrenatural que banha a existência. do livro 'O Livro das Religiões' de Victor Hellern, Henry Notaker e Jostein Gaarder

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