quarta-feira, 26 de maio de 2010

Irmã Dulce

Peregrina da Caridade

Palavras de uma peregrina da caridade da Índia, Madre Teresa de Calcutá; para falar de outra peregrina, a brasileira Irmã Dulce. Ambas semelhantes, sobretudo no amor aos desvalidos.





"Nossos moribundos abandonados, nossos leprosos, nossas crianças sem assistência, paralíticas, têm necessidade de amor, de compaixão, de calor humano. O dinheiro não basta. Eles têm necessidade de que nossas mãos lhes prestem serviço, de que os nossos corações lhes ofereçam amor..."


Nascida a 26 de maio de 1914, em Salvador na Bahia. O pai professor catedrático da faculdade de Odontologia da Bahia. Aos 6 anos perdeu a mãe, falecida no parto de sua filha Regina, quando tinha apenas 26 anos. Os 4 irmãos e o pai se uniram, mais as 3 tias do lado paterno, para criarem as crianças.

Menina alegre e travessa, gostava de brincar de empinar pipa, de guerra e de futebol, onde ia com o pai aos estádios aos domingos.

Certa vez, uma das tias a levou em uma visita aos doentes e pobres da Baixa do Sapateiro e algo tocou-a profundamente. A dedicação aos pobres começou a ser o sinal distintivo dessa garota de 13 anos. Não era vaidosa, preferia rezar, meditar em recolhimento. Quando decidiu pela vocação religiosa, encontrou no pai o conselheiro prudente e receptivo. Formou-se professora e foi ser freira. Em 15 de agosto de 1933, recebeu o hábito de freira, prestando os votos de obediência, pureza e pobreza. Troca o nome de infância – «Maria Rita de Souza B. Lopes» pelo da mãe – Dulce, e entrega-se totalmente ao serviço de Deus.

  1. como enfermeira serviu no Sanatório Espanhol, atendia à portaria, telefone e trabalhava na limpeza do prédio
  2. fez curso de prática farmacêutica, para socorrer aos doentes, aprendendo a manipular os remédios
  3. foi professora no Colégio Santa Bernadete, lecionou Geografia
  4. dedicou-se aos moradores do mangue. Em suas visitas aos manguezais de Itapagipe, levava algum conforto, roupas e dinheiro
  5. fundou a união Operária de São Francisco, primeiro movimento cristão operário de Salvador, com posto médico, farmácia e cooperativa de consumo
  6. construiu 3 cinemas com apoio dos franciscanos. A renda resolveu o problema dos recursos para a continuidade do Círculo Operário
  7. em 1960 inaugura o Albergue Santo Antônio (depois de passar com seus doentes pela ilha dos Ratos e o galinheiro de um convento), com 150 leitos
  8. no albergue arranjava ocupação para os que desejassem
  9. pegava as crianças na rua a noite, mesmo aqueles que não aceitavam a ajuda, esperava elas dormirem e com firmeza os segurava
  10. construiu em Simões Filho, um orfanato modelo, com mais de 500 meninos. Estudavam, aprendiam profissão, tinha horta e fornecia verduras e hortaliças, tanto para os meninos como para os doentes do hospital
  11. construiu um Centro de Recuperação dos Menores Abandonados
  12. em 1969 com recursos vindos de fontes diversas, incluindo a do povo, foi construído o novo Hospital Sto Antônio
  13. o papa João Paulo II a visitou e lhe presenteou com um terço

No ano em que caiu doente de cama, gravemente enferma, o povo não arredou o pé da porta do convento. Levantou-se no dia de Sto Antônio, 13 de junho e o povo considerou seu restabelecimento um milagre do Santo.

Ela mal se alimentava e sofria muito com um enfisema pulmonar que a obrigava dormir sentada, suas 4 horas diárias de sono; mal respirava, pois sua capacidade respiratória era de 35%.

Em 14 de março de 1992, as manchetes dos jornais da Bahia seguiam mais ou menos esta:
– Morreu a santa Irmã Dulce, 77 anos.
Morreu no hospital Sto Antônio, após dias de grande sofrimento.


Origem: 'Elas, mulheres que marcaram a humanidade' de Lúcia Pimentel Góes

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