segunda-feira, 9 de agosto de 2010

São Luiz do Paraitinga


Localizado no quilômetro 39 da Rodovia Oswaldo Cruz, o único acesso à cidade de São Luiz do Paraitinga dá indícios da temporada de obras. Operários trabalham na recuperação de uma ponte. No centro histórico, 89 das 425 construções dos séculos XVIII e XIX tombadas pelo patrimônio histórico estão parcialmente ou totalmente destruídas. Ao meio dia, soam as 12 badaladas do sino da igreja matriz (ainda que sua torre não esteja mais lá). Trata-se de uma maneira de manter a identidade dos 11.000 habitantes do encantador município do Vale do Paraíba, a 187 km de São Paulo, famoso por seu carnaval de marchinhas e por suas festas religiosas. Passaram-se 7 meses desde a tragédia:

  • no primeiro dia do ano, o nível do Rio Paraitinga, que atravessa a cidade, subiu 10 m acima do normal. Imóveis inteiramente debaixo d'água. Há marcas visíveis na pintura externa de vários deles. A enchente sem precedentes afetou a estrutura dos casarões antigos, erguidos com as técnicas de taipa de pilão e pau a pique. Compostas de barro e cascalho, as paredes amoleceram e cederam. Ruínas e tapumes agora fazem parte do cenário, ao lado das janelas e portas coloridas.


O canteiro de obras da igreja matriz, datada de 1850, fica aberta para visitação. A limpeza do terreno acaba de ser concluída e cerca de 400 peças foram retiradas dos escombros. Catalogados, os itens de valor histórico, a exemplo de sinos, relógios, prataria, forros pintados e altares, estão em fase de restauração.

Até o momento, o governo do estado destinou R$ 100 milhões para Paraitinga. Nos últimos meses, funcionários do setor de serviços e de turismo se viram obrigados a migrar para a construção civil. Pousadas, restaurantes e lojas, aos poucos, voltam a funcionar.

A partir do dia 13 de agosto (sexta) será realizada a Festa do Padroeiro São Luís de Tolosa. Missas, procissões, apresentações de congada, moçambique, maracatu, capoeira, dança de fitas e música tomarão conta das ruas. O casal de bonecos gigantes João Paulino e Maria Angu, presente há mais de um século nas folias sagradas e profanas de Paraitinga, estará lá para dar as boas vindas.


Fonte: revista Veja São Paulo - nº 32 - 11 agosto 2010

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