Misturar açúcar, clara de ovo e farinha de amêndoas, assando tudo como se fosse uma espécie de suspiro enriquecido, é antiga. Tem quase 500 anos e remonta ao desembarque da futura rainha Catarina de Médicis, em 1533, em Paris, com seu séquito de cozinheiros florentinos. Mas a invenção ganhou o status de iguaria refinada a partir do século passado, quando o chefe Pierre Desfontaines, da confeitaria Ladurée, resolveu juntar dois desses biscoitinhos e recheá-los com creme dos mais variados sabores. Nascia assim o
macaron na forma como conhecemos, um quitute que ainda hoje provoca na capital francesa filas de turistas, todos eles ávidos por provar a pequena tentação na própria Ladurée ou em estabelecimentos como a Pierre Hermé e a mercearia de luxo Fauchon.
Um chefe confeiteiro interessado em fazer macarons precisa ter, acima de tudo, destreza na arte de manipulação da massa. Existe um gesto característico para isso, o macaroné, feito com a ajuda de uma espátula. A movimentação da mistura é essencial para obter a mesma consistência e brilho do original francês. É preciso observar também o tempo de descanso da massa nas fôrmas antes de levá-la ao forno. É importante para garantir a formação daquela casquinha bem delicada.
Fonte: Revista Veja Rio - nº 32 - 11 agosto 2010
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