Aos 15 anos, já decidido a aprimorar seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar. Aos 20 anos participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo.
Um dos principais prêmios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928 Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa.
Dois anos passou em Paris e foram decisivos no estilo que consagraria Portinari. Teve contato com outros artistas como Van Dongen e Othon Friesz, além de conhecer Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida.
Em 1931 Portinari volta ao Brasil renovado. Muda completamente a estética de sua obra, valorizando mais cores e a idéia das pinturas. Ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Deixa de lado as telas pintadas a óleo e começa a se dedicar a murais e afrescos. Portinari expõe três telas no Pavilhão Brasil da Feira Mundial em Nova York de 1939. Os quadros chamam a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de NY (MoMA).
A década de quarenta começa muito bem para Portinari. Alfred Barr compra a tela "Morro do Rio" e imediatamente a expõe no MoMA, ao lado de artistas consagrados mundialmente. O interesse geral pelo trabalho do artista brasileiro faz Barr preparar uma exposição individual para Portinari em plena Nova York. Nessa época Portinari faz dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington. Ao visitar o MoMA, Portinari se impressiona com uma obra que mudaria seu estilo novamente: "Guernica" de Pablo Picasso.
No final da década de 40 Portinari se filia ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e concorre ao Senado em 1947, mas perde por uma pequena margem de votos. Desiludido com a derrota e também fugindo da caça aos comunistas que começava a crescer no Brasil, Portinari se muda com a família para o Uruguai. Mesmo longe de seu país, o artista continua com grande preocupação social em suas obras.
Em 1951 uma anistia geral faz com que Portinari volte ao Brasil. No mesmo ano, a I Bienal de São Paulo expõe obras de Portinari com destaque em uma sala particular. Mas a década de 50 seria marcada por diversos problemas de saúde. Em 1954 Portinari apresentou uma grave intoxicação pelo chumbo presente nas tintas que usava. Desobedecendo a ordens médicas, Portinari continua pintando e viajando com freqüência para exposições nos EUA, Europa e Israel.
No começo de 1962 a prefeitura de Milão convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, o envenenamento de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro de 1962, Cândido Portinari morre envenenado pelas tintas que o consagraram.
– Relação das principais obras de Portinari:
- Meio ambiente
- Colhedores de café
- Mestiço
- Favelas
- O Lavrador de Café
- O sapateiro de Brodósqui
- Meninos e piões
- Lavadeiras
- Grupos de meninas brincando
- Menino com carneiro
- Cena rural
- A primeira missa no Brasil
- São Francisco de Assis
- Os Retirantes
Fonte: terra.com.br
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