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Para perceber a história maravilhosa de Marie Curie, temos que conhecer um pouco sobre a história da Polônia – um verdadeiro corredor da Europa, por onde passaram, marchando e destruindo, praticamente todos os povos existentes naquele continente. Centenas e centenas de suas mulheres foram violentadas por exércitos inimigos, invasores, força de ocupação, por fim sendo jogadas no estrangeiro, vivendo como podiam. Essa situação nômade por que passaram gerou o gentílico polaca, sinônimo de prostituta em grande parte do mundo, preconceito que as mulheres polonesas passaram então a sofrer.
Esse país se reergueu e se impôs e distribuiu grandes homens e grandes mulheres. Entre os maiores nomes, está Marya Sklodowska, com suas experiências e descobertas, revolveu e revolucionou o universo inteiro da Ciência.
- Na língua polonesa não existe o verbo continuar, que é substituído por: "resistir como uma pedra".
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Arruma um emprego de governanta na casa de um fidalgo rural, para ajudar os estudos de medicina de sua irmã Brônia, em Paris. Era bem considerada pela família. Mas quando o filho do casal voltou de férias e se apaixonaram as coisas mudaram, todos os membros da família foram contrário ao matrimônio. Cedendo a pressão familiar o rapaz desistiu do namoro. Marya não derramou uma lágrima, suportou as feridas recriminações e continuou na casa e no seu trabalho, pois Brônia em Paris precisava de sua ajuda. Com essa passagem em sua vida, adquiriu uma filosofia pessimista:
"Se outrora sonhei, esses sonhos se evaporaram, estão enterrados, esquecidos. Porque os muros são sempre mais fortes do que as cabeças que tentam rompê-los".
Passado 3 anos o pai arrumou um emprego melhor, e passou a enviar dinheiro a Brônia em Paris, dando possibilidade a Marya a deixar o emprego e arrumar outro em Varsóvia, mais perto de casa. Brônia se casa em Paris e a convida para passar um tempo lá. Aos 24 anos em 1891, matricula-se no curso de Ciências da Universidade de Sorbonne. Aparência frágil, esguia, cabelos loiros muito claros, olhos cinzentos, testa larga, expressão obstinada, vestia-se sempre de preto. Logo afrancesou seu nome para Marie, vivia com a irmã e o cunhado, trabalhava no laboratório da faculdade. Não passou muito tempo e já recebeu o primeiro lugar no curso de física.
Resolveu morar sozinha, um espaço mais tranquilo. Um sótão, desprovido de água encanada e aquecimento, lavava sua própria roupa e as vezes passava semanas comendo pão e chá, as vezes acrescentava ovo e chocolate ou frutas.
Recebeu em:
- 1893 primeiro lugar em Ciências Físicas
- 1894 segundo lugar em Matemática
- 1894 a encomenda de um estudo sobre as propriedades magnéticas de diferentes ligas de ferro, começou a investigação no laboratório do professor Lippman
Como o estudo demandava espaço foi convidada por seu professor o doutor Kowalski para conhecer um grande sábio de grande prestígio, para continuar seus estudos, se houvesse espaço em seu laboratório, e foi assim que Marie conheceu Pierre Curie. Trabalharam com extremo afinco. Não demorou muito ele lhe propôs casamento.
Pierre Curie – nasceu de uma família protestante em Paris. Seu pai e avô eram médicos, ganhou o título de Bacharel em Ciências aos 16 anos e licenciatura aos 18 anos. Sua filha o descreveu assim:
" Tinha um particular encanto, feito de gravidade e doçura. Era um homem grandalhão, à vontade dentro de roupas folgadas e fora de moda, mais havia nele muita elegância natural. Mãos compridas, sensíveis. Rosto regular, de pouca mobilidade. A beleza maior estava nos olhos calmos, de olhar profundo".
Casaram-se em 28 de julho de 1895 e passaram a morar num apartamento simples e sem luxo.
Pierre e Marie começaram os estudos sobre a procedência da energia que os compostos de urânio irradiam, inquirindo sobre sua natureza. Marie passava seus dias revolvendo massas de minério com uma estaca de ferro de estatura maior que a sua. Tinha pelo corpo queimaduras dos salpicos da massa em ebulição; o cansaço do dia a impedia de dormir. Mesmo assim esgotados, doentes e fatigados continuaram sua obra colossal. Marie adoeceu com reumatismo, por causa do local onde trabalhava: quente no verão, gélido no inverno, o teto furado por goteiras quando chovia, se nevasse ficavam congelados. Situação essa que perdurou por mais 4 anos.
Depois decifrado o enigma e a descoberta vitoriosa sobre o "rádio", começaram a receber propostas. O casal não sabia como proceder e qual caminho tomar:
- descrever os resultados das investigações, sem reserva alguma; ou
- passar a ser considerados inventores dos métodos de isolar e empregar o rádio, poderiam tirar patente, assegurar os direitos de fabricação e sair da miséria.
Receberam vários prêmios inclusive o Nobel de Física em 1903, dividido com Antoine Henri Becquerel e o casal Curie.
Tinham duas filhas, Irene e Eva, eram felizes e se amavam. Em 19 de abril de 1906, atropelado em um dia chuvoso, morre Pierre Curie. O ministro da Instrução Pública, assinou em 12 de maio um decreto que cedia a Madame Curie a cadeira que ficava vaga em virtude da morte do seu marido. Com esse decreto, findou-se uma tradição, pois foi a primeira vez na história da educação francesa que uma mulher ocupou uma cátedra de ensino superior.
O casal Curie sempre defendeu e lutou pela dignidade humana e pela igualdade de direitos para todos. O Prêmio Nobel de Química de 1911 foi de Marie Curie, única pessoa do mundo a ser agraciada duas vezes com esse prêmio.
Começaram sua queixas de cansaço. Os exames de laboratório demonstravam que a constituição de seu sangue não era normal. Marie se expusera a emanações de elementos radioativos por 35 anos, sendo que nos quatro anos que trabalhou nos hospitais, durante a guerra, permanentemente exposta às radiações mais danosas dos raios X.
Marie Curie faleceu em Sancellemoz a 4 de julho de 1934 de anemia perniciosa de marcha rápida, febril. Seu corpo foi enterrado sem cerimôniais no cemitério de Sceaux, ao lado da campa de Pierre Curie.
Origem: "Mulheres que mudaram o mundo' de Gabriel Chalita e fotos de nobelprize.org
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