sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Halloween

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O dia das bruxas teve origem há dois mil anos entre os povos celtas, sendo criada a partir da comemoração do festival de Samhain, na Irlanda. Esse festival era realizado entre 30 de outubro e 2 de novembro, marcando o fim do verão e o início do Ano-Novo. Com o passar do tempo se estabeleceu uma data fixa para a comemoração, adquirindo um novo significado, pois acreditavam que na noite de 31 de outubro as almas iam à Terra para possuir as pessoas, os celtas acreditavam que essa seria a única forma de vida após a morte. Por esso motivo a comemoração passou a ser chamada de Halloween (dia das bruxas, dia de todos os santos ou Encontro das Almas).
Crendo que as almas voltavam e possuíam as pessoas, os irlandeses, na noite o dia 31 de outubro, passaram a apagar as tochas e fogueiras de suas residências com o intuito de deixá-las frias e incômodas, se fantasiavam e estrepitosamente desfilavam pelo bairro, com o intuito de espantar as almas que procuravam corpos para possuí-los. Essa tradição chegou aos Estados Unidos em 1840, com a chegada de imigrantes irlandeses, esses fugiam da fome que assolava seu país. A data se tornou tão importante para o país, que foi estabelecido feriado nacional do Dia das Bruxas, sendo a festa norte-americana mais conhecida de todo o mundo. No Brasil essa festividade já não é tão conhecida, porém cada ano a sua popularidade aumenta, em especial através das escolas de inglês que promovem a comemoração com o intuito de obter maior interação entre os alunos e a língua.

Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender

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Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado
para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor.
Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito.
Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí, Amores mesmo, bravios, gigantescos,
descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e
dádiva, mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito.
Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho,
cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais
de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente
porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem;
rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;
necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem;
enchem-se de razões. Sim, de razões.
Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reinvindicar,
de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está
sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não
possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo:
em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora
errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.

Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o
seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação,
do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro,
a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões,
você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes
necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para
valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito.
Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança.
E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.
Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.
Saia cantando e olhe alegre.
Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando;
não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com
teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa
importante que precisamos ter”, arquivar se possível, as reclamações
pela pouca atenção recebida.
Para quem ama toda atenção é sempre pouca.
Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível.
Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que
vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de
brinquedos dos nossos sonhos): não teorize sobre o amor, ame.
Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha mêdo exatamente de tudo o que você teme, como:
a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de
qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho
do amor que sente.

Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas,
atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja
apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente
aquele você que a vida impede de ser.
Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.
Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores.
Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil.
Revivendo os carinhos que instruiu em criança.
Sem mêdo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.

Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o
seu amor, ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor
bonito (a ordem das frases não altera o produto),
sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que
você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.
Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala.
Cuide do cuidado. Cuide do carinho.
Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de
gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.
(Arthur da Távola)

Quem sou eu

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Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei

Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”

Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição
Cheio de imperfeições
Sou o que você vê…
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “eus”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.
(Christian Gurtner)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

deu Kassab de novo

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O prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), venceu em 41 das 57 zonas eleitorais da capital paulista no segundo turno das eleições. Já a candidata Marta Suplicy (PT) foi a mais votada nas outras 16 zonas eleitorais. A maior votação percentual do prefeito foi na 5ª Zona Eleitoral - Jardim Paulista, onde obteve 84,49% dos votos válidos. A candidata Marta Suplicy (PT) alcançou sua maior votação na 381ª Zona Eleitoral - Parelheiros, onde alcançou 76,77% dos votos válidos. O maior equilíbrio foi em Campo Limpo (328ª Zona Eleitoral) - Marta teve 50,4% dos votos válidos e Kassab, 49,6%. No final Kassab ficou com 60,72% e Marta com 39,28%.
André Luís Nery e Simone Harnik
Do G1, em São Paulo

sábado, 25 de outubro de 2008

meu time !

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A rua dos cataventos - XVII

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Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
(Mário Quintana)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quando Deus aparece

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Tenho amigas de fé. Muitas. Uma delas, que é como uma irmã, me escreveu um e-mail me contando a maravilha que foi o recital do pianista Nelson Freire no Theatro São Pedro, recentemente. Ela escreveu: Nessas horas Deus aparece.
Fiquei com essa frase retumbando na minha cabeça. Deus não está em promoção, se exibindo por aí. Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente. Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós. Eu não sou uma católica praticante e ritualística - não vou à missa. Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma.

Quando Deus aparece pra você?
Pra mim, ele aparece sempre através da música, e nem precisa ser um Nelson Freire. Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma. De forma inesperada, a música me transcende.
Deus me aparece nos livros, em parágrafos em que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano.
Deus me aparece - muito! - quando estou em frente ao mar. Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.
Deus me aparece - e não considere isso uma heresia - na hora do sexo, desde que feito com quem se ama. É completamente diferente do sexo casual, do sexo como válvula de escape. Diferente, preste atenção. Não quer dizer que qualquer sexo não seja bom.
Nesse exato instante em que escrevo, estou escutando My Sweet Lord cantado não pelo George Harrison (que Deus o tenha), mas por Billy Preston (que Deus o tenha também) e posso assegurar: a letra é um animado bate-papo com Ele, ritmado pelo rock’n’roll. Aleluia.
Deus aparece quando choro. Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer. Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima. Deus aparece no sorriso do meu sobrinho e no abraço espontâneo das minhas filhas. E nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara.

E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo. (Martha Medeiros)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O meu pai Nasci

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Título: A noitada
Autor: Rodolfo C. Martino

Era uma dessas sextas ensolaradas de uma estação qualquer de um impreciso ano do passado algo remoto. Jornal nas ruas, a Redação resolveu comemorar mais uma semana de vida mais do que vivida.

A bem da verdade, bastava o Nasci dizer “vamos” – e lá íamos nós.

Começamos pela padaria da esquina da rua Bom Pastor com a Lucas Óbes. A primeira parada justificava-se por dois motivos: beber umas e outras e olhar a filha do portuga, a bela Marina, que vez ou outra dava o ar de sua graça por ali e ajudava o pai e a mãe no sacro ofício de dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede.
Explico logo que o meu pessoal, nessa hora, tinha sede. Muita sede.
Eu, não. Como meus cinco ou seis leitores sabem, só tomo Coca Light. Talvez nesses esmaecidos tempos, minha preferência variava entre a Coca normal e a Ginni – quem se lembra? Já os meus camaradas derrubavam legal dúzias de cervejas que rebatiam com goladas de cachaça ou de uma bebida estranha, chamada stainegger.

Lá, ríamos e contávamos nossas prosas vividas ou inventadas – importante era o enredo – até que, inevitável, batesse uma “fominha esperta” que nos levava a algum restaurante onde ficávamos até o dono nos expulsar. Naquela noite, se bem me lembro, foi O Rei do Frango Assado, ali na rua Padre Marchetti, próximo à avenida Nazaré.

Alguns debandavam no meio da jornada. Uns já não se agüentavam em pé. Outros começavam a regular a grana e também ficavam pelo caminho. E havia os que não tinham coragem de acompanhar a horda de breacos. Eram os sensatos.

No primeiro grupo, o dos trança-pernas, nunca me inclui. No segundo, o dos durangos, também não. Tinha um acerto com os mais chegados e rateávamos a parte de quem atravessava um momento difícil. Nunca tive vocação para herói. Mas, nessa noite, mesmo um tanto atarantado, eu fui...

II.

Às vezes, penso que não aconteceu nada do que aconteceu ali naquele fim de noite de sexta e início da madrugada de sábado. Foi surreal. Tenho a impressão de que posso ter inventado; mas, juro, não inventei, não.

Aconteceu.
Vou tentar descrever o cenário.

O enorme salão do tradicional restaurante vazio e às escuras. Ou melhor, quase vazio e quase às escuras. Só havia iluminação em dois pontos. À esquerda de quem entrasse ali àquela hora, veria uma fileira de garçons junto ao balcão e o caixa, contrariados, aflitos e silenciosos. Ao fundo, quebrava a penumbra a luz sobre a mesa onde se encontravam meia-dúzia de ‘gatos pingados’. Eu, inclusive.

O pessoal da Casa já havia tentado de tudo para abreviar nossa estadia por ali. Em outras palavras, os senhores ali queriam mesmo era nos expulsar e fechar o recinto. Tiraram as toalhas das mesas, subiram as cadeiras, andaram em rodopios retirando os pratos da nossa mesa; os copos, não, pois não os largávamos.

Chegaram a dizer – golpe baixo – que o chopp havia acabado.
-- Que venha cerveja, então, saudou o Nasci.
Vieram duas garrafas prontamente sorvidas e aí – outro golpe baixo – passaram a nos servir cerveja quente. O que, diga-se, só aumentou a ira do Nasci que, à essa hora, discorria sobre os filmes do Truffaut que ele nunca assistiu.

Não tínhamos noção das horas. Nos divertíamos – e ponto.

Lá pelas tantas apareceu um senhor de expressão amarfanhada, como se o tivessem tirado da cama. Tinha cara de poucos amigos e já entrou bronqueando com os funcionários. Alguém dali havia ligado para o tal, o dono do restaurante, e agora ouvia o sermão. Aliás, todos ouviam.

Não vou lembrar as palavras, mas o teor me é inesquecível. Não queria o estabelecimento aberto até àquela hora. Já havia avisado. Questão de segurança. Se desse algum problema, mandaria todos embora por justa causa. Ainda porque não conseguiam se livrar “de um bando de bêbados”.

Indignado com as palavras do homem, que sei lá como ouviu mesmo etilicamente nas alturas, Nasci levantou-se e, no mesmo tom, vociferou:
-- Garçom, a conta! Vamos embora, essa espelunca não é digna da nossa presença.
Saímos temerosos.
O que deu no Nasci?
Para onde foi o proverbial bom-humor?
-- Para o Bixiga, meus caros. Vamos para o Bixiga, lá os bares nunca fecham.
O bom-humor estava ali - aliás de onde nunca saiu. Nós é que estávamos sem rumo...

III.

Não sei se vocês já ouviram a voz da razão. Ou se, por vias das dúvidas, colocaram a mão na consciência. Não sei.

Àquela época, em que era jovem e inconseqüente, talvez imaginasse que essas expressões populares fossem apenas invencionices de Dona Yolanda, minha mãe, que vivia a repeti-las aos meus ouvidos - até porque, como disse, eu era jovem e inconseqüente.

Não que lhe desse grandes motivos. Me considero até hoje um cara pacato, comedido até; pois, como disse nos posts anteriores, só tomo Coca Light. Nem de cerveja eu gosto.

Enfim...

Sei lá por qual motivo, sei que ponderava sobre a “voz da razão” e a “mão na consciência” quando entrei no meu carro pronto a escapar da próxima “paradinha” que o Nasci anunciara.

Qual o quê?

Quando dei por mim o velho Del Rey estava tomado por três marmanjos. O Nasci, óbvio, no posto de co-piloto a redesenhar nossa rota:
-- Mudança de planos. A essa hora, no Bixiga só tem bêbados. Vamos para o Riviera.

Não conhecia. Fiquei conhecendo naquela noite o bar que existia (será que ainda existe?) na avenida Consolação esquina com a avenida Paulista, do outro lado da calçada dos cines Belas Artes. Soube também que o estabelecimento de longa fama na boemia paulistana não fechava e me preparei para a longa jornada noite adentro.

Vou ser sincero.

Não posso lhes contar muita coisa do que aconteceu ali. Pela enésima vez, Nasci contava dos tempos em que perdeu um concurso para protagonista de uma novela de rádio. Ficaram à frente dele dois ‘canastrões’ que atendiam pelos nomes de Tarcísio Meira e Francisco Cuoco. Foi nesse ponto que adormeci após recostar a cadeira à parede. Só acordei dia claro com os amigos rindo a valer.

Pensei que debochavam do meu sono fora de hora e lugar.
Mas, eles me contaram o motivo das sonoras gargalhadas.

Minutos depois que chegamos, um senhor se aproximou da turma e se pôs a ouvir as histórias do Nasci. Fazia cara de interessado. Ofereceu uma rodada de cerveja para a turma, outra e mais outra. Só aí teve coragem de dizer o motivo de tanta cortesia. Estava varado de vontade de fumar. Não havia mais cigarros para vender no bar. Só restava a nossa mesa e ele se aproximou. Percebeu que o Nasci tinha um isqueiro que girava entre os dedos enquanto falava.

Era o sinal.

Depois de se enturmar a troco sabemos do quê, fez a pergunta:
-- O amigo aí tem um cigarro para me oferecer?
O Nasci, naquele seu inimitável estilo, respondeu:
-- Ih, rapaz, vou ficar lhe devendo. Só fumo cachimbo...
E mostrou o cachimbo holandês que a turma do jornal lhe deu num final de ano.
Era dia claro quando saímos do bar, onde nunca mais voltei.

(*) O Nasci é meu pai, e hoje ele faria 74 anos.(Leopoldina)
texto tirado do blog:    Rodolfo Martino ..

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

São Paulo antigo

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"Alguma coisa acontece no meu coração....Eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas teus deuses da chuva...
Panaméricas de Áfricas utópicas....."

Igreja do Carmo, Av. Rangel Pestana em 1817


Largo da Memória em 1935


Rua Florêncio de Abreu em 1914


Rua Boa Vista em 1916


Igreja Santa Ifigênia em 1862


Estação da Luz em 1917


Praça Ramos de Azevedo em 1916


Rua Direita em 1862

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A nova ortografia da Língua Portuguesa

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O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi elaborado há 18 anos e agora sai do papel para ser adotado a partir do ano que vem. O objetivo dessa reforma é sincronizar a ortografia de todos os países que falam português, acabando com as diferenças existentes entre eles .
Esse acordo atinge todos os países membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e já foi ratificado por Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Os demais países que ainda não ratificaram o acordo, na teoria, serão obrigados a usar a nova ortografia, uma vez que basta a assinatura de três integrantes  para se adotar uma mudança.

No Brasil, a partir de 2009, será adotada a nova ortografia e, entre 2010 e 2012, será o período de transição, onde tanto a ortografia antiga quanto a nova serão aceitas e, a partir de 2012, somente a nova ortografia será aceita.


O que muda no Brasil
No Brasil, somente 0,6% (aprox) das palavras serão afetadas. Veja abaixo as mudanças:

TREMA
  • Deixará de existir em todas as palavras (ex: lingüiça será escrito como “linguiça”), com exceção para nome próprios
HÍFEN
Não será mais usado nos seguintes casos:
  • Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente (Ex: extra-escolar será escrito como) “extraescolar”;
  • Quando o segundo elemento começar com r ou s. Nesse caso, a primeira letra do segundo elemento deverá ser duplicada (Ex: anti-semita e contra-regra serão escritos como “antissemita” e “contrarregra”;
Outra regra para o hífen é a de incluí-lo onde antes não existia, nos casos em que o primeiro elemento finalizar com a mesma vogal que começa o segundo elemento (ex: microondas e antiinflamatório serão escritos como “micro-ondas” e “anti-inflamatório”.

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais o acento para diferenciar:
  • “pêra” (substantivo - fruta) e “pera” (preposição arcaica)
  • “péla” (flexão do verbo pelar) de “pela” (combinação da preposição com o artigo)
  • “pára” de “para” (preposição)
  • “pêlo” de “pelo” (combinação da preposição com o artigo)“pólo” (substantivo) de “polo” (combinação antiga e popular de “por” e “lo”)
ACENTO CIRCUNFLEXO
Deixará de existir em:
  • palavras que terminam com hiato “oo” (Ex: vôo e enjôo serão escritos como “voo” e “enjoo”)
  • terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos dar, ler, crer e ver (ex: Lêem, vêem, crêem e dêem serão escritos como “leem”, “veem”, “creem” e “deem”)
ACENTO AGUDO
  • Será abolido em palavras terminadas com “eia” e “oia” (ex: idéia e jibóia serão escritos como “ideia” e “jiboia”.
  • Nas palavras paroxítonas, com “i” e “u” tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: “feiúra” e “baiúca” passam a ser grafadas “feiura” e “baiuca”
  • Nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”. Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem
ALFABETO
  • O alfabeto agora contará com as letras “k”, “w” e “y”, somando um total de 26 letras


Dupla Grafia
Apesar de ser um acordo entre os países que falam português, essa reforma ainda permitirá a dupla grafia de palavras que são pronunciadas com entonação diferente em diferentes países.
No Brasil, por exemplo, fenômeno se escreve com acento circunflexo, enquanto em Portugal se usa o acento agudo (fenómeno), e além de escrita de forma diferente é também pronunciada de forma diferente. Em casos como esses, serão aceitas ambas as grafias.

fonte: novaortografia.com

• veja também:  UOL - Michaelis

de quem é a culpa?

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Hoje arrumando alguns livros em casa, encontrei um comentário em um deles, que escrevi em maio de 2004 quando terminei de ler o livro 'Para entender Hitler" de Ron Rosenbaum, se especula todas as maneiras para explicar e buscar a origem do mal, mas ninguém nunca se acusa que também teve participação, a culpa é sempre do outro.....

"Sua alta avaliação se tornando cada vez mais poderosa com força de pessoas sem bons ideais, o levaram a crer que podia demais. Concessões e mais concessões, a falta de visão de um povo por um futuro melhor, dava cada vez mais abertura e poder a lunáticos carismáticos proféticos, na Alemanha da década de 30. E assim o grande se tornou maior, e o maior superou o insuperável e agora querem explicações para tantos males.
A culpa não é de um ou do outro, não há culpados separados, o ser humano foi culpado. A culpa é de toda raça humana que deixou isso acontecer.
A culpa é de quem fez, de quem ajudou, de quem deixou que fizessem, dos que fecharam os olhos, dos que abriram mas nada fizeram e dos que demoraram para fazer, enfim de todos que deixaram aquela situação acontecer.
Tem culpa também hoje os que querem propagar a culpa dos outros, não deixando o ódio acabar, e nem ver que no fundo todos somos culpados."

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

poema da grande alegria

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Olhavas-me tanto
E estavas tão perto de mim
Que, no meu êxtase,
Nem sabia qual fosse
Cada um de nós...
Era num lugar tão longe
Que nem parecia neste mundo...
Num lugar sem horizontes,
Onde, sobre águas imóveis,
Havia lótus encantados...
Vinham de mais longe...
De ainda mais longe,
Músicas sereníssimas,
Imateriais como silêncios...
Músicas para se ouvirem com a alma, apenas...
E tudo, em torno,
Eram purificações...
Não sei para onde me levavas:
Mas aqueles caminhos pareciam
Os caminhos eternos
Que vão até o último sol...
E eu me sentia tão leve
Como o pensamento de quem dorme...
Eu me sentia com aquela outra Vida
Que vem depois da vida...
Eleito, ó Eleito,
Eu queria ficar sonhando
Para sempre,
Tão perto de Ti
Que, no meu êxtase,
Nem se pudesse saber
Qual fosse cada um de nós...
(Cecília Meireles)

domingo, 12 de outubro de 2008

São Paulo, outubro de 1717

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Santuário de Nossa Senhora Aparecida
Localizado em Aparecida (SP), arquidiocese do mesmo nome e um dos maiores centros de peregrinação do mundo. Ali, em outubro de 1717, três pescadores encontraram, no rio Paraíba do Sul (porto de Itaguaçu), vale do Paraíba, a imagem partida de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que logo começou a ser venerada como milagrosa.
Invocada pelos devotos como “Aparecida”, a imagem peregrinou 15 anos pelas casas de pescadores antes de ter seu primeiro oratório, em 1732.
A primeira capela oficial, erguida no local denominado Morro dos Coqueiros, foi inaugurada em 1745. A devoção se espalhou com as constantes romarias, e a capela, várias vezes reformada e aumentada, foi substituída por outra, de grande valor arquitetônico por ser representante da transição do Barroco para o Neoclássico, em 1888. Pouco tempo depois (1894) chegaram os missionários bávaros da Congregação do Santíssimo Redentor – os padres redentoristas -, chamados para exercer a direção e assistência espiritual do santuário episcopal. Elevada a basílica menor pelo Papa Pio X (1903-1914), a capela, hoje conhecida como Basílica Velha, foi tombada pelo Patrimônio Histórico em 1982.
Em decorrência do movimento crescente das romarias, em 1955 começou a ser construído, num vasto terreno ao lado do Morro dos Coqueiros, um outro templo, conhecido como Basílica Nova, transformado em catedral e sagrado pelo papa João Paulo II em 1980, em sua visita a Aparecida.
O complexo arquitetônico é um dos maiores existentes, com infra-estrutura completa para sediar os grandes acontecimentos da Igreja Católica do Brasil: tem 23 mil metros quadrados de área construída e recebe aproximadamente 6 milhões de visitantes por ano, uma média de 100 mil por semana (1990).
A imagem, trasladada para o novo santuário em 1982, é moldada em barro paulista cozido, mede apenas 36cm de altura e pesa 2,550kg. Pertence à imaginária seiscentista e foi esculpida por frei Agostinho da Jesus, discípulo de frei Agostinho da Piedade. Encontrada despida de suas cores originais (vermelho e azul), adquiriu a cor escura (castanho-brilhante) que hoje conserva, por ter ficado muitos anos submersa no lodo das águas e exposta à fumaça dos candeeiros e velas. Esta cor tornou-se símbolo de libertação dos escravos, humildes e injustiçados.
Coroada oficialmente em 8 de setembro de 1904 e solenemente proclamada rainha e padroeira do Brasil em 31 de maio de 1931, Nossa Senhora Aparecida é comemorada em várias festas no decorrer do ano, mas sua data oficial, fixada em 1954, é 12 de outubro.


• A História da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Como de costume, os pescadores: João Alves, Domingos Martins Garcia e Felipe Pedroso acordaram de madrugada e rumaram ao trabalho, no Rio Paraíba do Sul, na região de Guaratinguetá, Estado de São Paulo.
Os três amigos estavam desanimados porque há muito tempo não conseguiam uma pesca satisfatória e preocupados com a intimação da Câmara local, que exigia que os pescadores fornecessem uma boa quantidade de peixes para a realização de um banquete ao Conde de Assumar, governador da Capitania de São Paulo, que estaria de visita em Guaratinguetá nos próximos dias.










Naquela manhã, João em mais uma tentativa, lançou sua rede nas águas do Rio Paraíba e nada. Decepcionado, joga-a novamente e traz o corpo de uma imagem totalmente enlameada. Olha para seus companheiros e em um gesto enigmático arremessa a rede em direção ao rio. Dessa vez, trouxe a cabeça da imagem da virgem, enegrecida pelas águas do rio. Com cuidado, colocou as duas partes em um lugar seguro do barco e voltou a arremessar a rede. Ao puxá-la teve que chamar seus amigos para que o ajudassem, porque o peso havia triplicado. Surpreendidos, pousaram dentro do barco, dezenas de peixes. Entreolharam-se embevecidos de emoção. Mudos, estenderam a rede no rio, duas, três, não se sabe exatamente a quantidade de vezes, mas em nenhuma delas se desiludiram, porque os peixes tornaram-se abundantes. Tanto que retornaram com o barco ao ancoradouro com receio de virarem devido à quantidade de peixes obtido naquela abençoada pescaria.
Para os três, mais precioso do que a fartura de peixes, fora a imagem encontrada, que por um milagre, transformou suas vidas. Dali por diante, nascera a devoção a Virgem, a Aparecida das águas. Durante 15 anos, a imagem da Virgem ficou na casa do pescador Felipe. Lá se reuniam os devotos para rezar e pedir graças e proteção.

fonte: www.terrabrasileira.net

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A ponte mais alta do mundo

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A ponte pesa 400.000 toneladas, resiste a ventos de 210 quilometros por hora, custou 300 milhões de euros. Localizada a sudoeste da França, supera em altura a célebre Torre Eiffel. Desafiando as leis da física, ultrapassando a dificuldade ortográfica do vale do rio Tarn, a ponte tem 2.460 metros de autopista (A-75) para descongestionar o tráfego e diminuir em mais de 100 quilometros a rota que conecta Paris com o Mediterrâneo. Sete países europeus, entre eles a Espanha, participaram de sua construção. O desenho da obra é do arquiteto britânico Sir Norman Foster.






terça-feira, 7 de outubro de 2008

É primavera!!

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A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

em São Paulo deu Kassab

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Em São Paulo teremos 2º turno, já era esperado, mas a novidade é Kassab na frente de Marta.
Com isso, demonstram os paulistanos, a aprovação de Kassab em mais um mandato.
No Ipiranga, Marta consegue 21,02% dos votos e Kassab 42,63%; e Domingos Dissei se elege com 37.739 votos para vereador.

• Veja como ficou

• Por região (SP)
Alckmin não teve maioria em nenhuma região

Fonte das tabelas: G1, Globo.com


domingo, 5 de outubro de 2008

é preciso não esquecer nada

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É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco, 
pois o resto não nos pertence.
(Cecília Meireles)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O ocidente esqueceu Hiroshima e Nagasaki

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Há 57 anos, no dia 8 de agosto de 1945, um piloto americano pintou na fuselagem de seu avião o nome de sua mãe querida: "Enola Gay." Depois, voando sobre o Japão, num belo dia de sol, despejou a bomba atômica que derreteu em 30 segundos cerca de 100 mil pessoas, em Hiroshima. Ele viu com prazer e espanto o cogumelo em chamas se erguendo ao céu e, contente da missão cumprida, voltou à base, sendo que, no dia seguinte, outro aviãozinho matou mais 100 mil e transformou também Nagasaki num deserto de metal derretido. Nunca esqueceremos o Holocausto que matou milhões de judeus, mas fugiu-nos da lembrança Hiroshima e Nagasaki, com seus fulminantes tornados de fogo. Por quê? - se a extinção em massa dos japoneses é tão apavorante quanto os fornos alemães, pois fez em um minuto o trabalho de anos dos nazistas? O que mais me choca na bomba de Hiroshima é a rapidez anglo-saxônica do feito, a eficiência tecnológica, sem trens de gado humano, sem prisioneiros magros sofrendo, sem a linearidade suja dos nazistas, sem pilhas de cadáveres capazes de nausear até o Himmler. A bomba americana foi um "feito tecnológico", uma "vitória" da ciência, o fruto sujo de Einstein. Hiroshima foi o início da pós-modernidade técnica, guerra limpinha, do alto, prefigurando a Guerra do Golfo. Os nazistas eram loucos, matavam em nome de um ideal psicótico e "estético" de "reformar" a humanidade para o milênio ariano. A bomba americana foi lançada em nome da "Razão". Foi uma bomba de "democratas" do bem, raspando da face da Terra os últimos "japorongas", seres oblíquos que, como dizia Trumam em seu diário secreto: "São animais cruéis, obstinados, traidores, fanáticos." Eram considerados inferiores seres de olhinho puxado, que podiam ser fritos como "shitakes" na frigideira. O Holocausto judeu nos horroriza pelo dia-a-dia burocrático do crime, pelo seu cotidiano "normal", com burocratas contabilizando pacientemente quantos óculos sobraram nas câmaras de gás, quantos dentes de ouro... A bomba A foi rápida e eficiente como uma nova forma de detergente, um potente "mata-baratas". Ainda hoje é fascinante ler a racionalização dos americanos para justificar a morte de dois "Maracanãs" cheios, como se desinfetassem um shopping center. A bomba de Hiroshima explodiu diante da humanidade já anestesiada pela banalização de 20 milhões de mortes na 2.ª Guerra e pelo massacre dos judeus - foi o coroamento pavoroso das trincheiras da 1.ª Guerra. A bomba explode quase como um alívio, como escreveu Truman: "Eu queria nossos garotos de volta ("our kids") e ordenei o ataque para acelerar essa volta." Outra "razão" era que Hitler estaria próximo de conseguir uma bomba A, argumentaram generais falcões e cientistas, como Einstein (antes, para Roosevelt) e Oppenheimer. A destruição de Hiroshima e Nagasaki não era "necessária". O mundo não estava em perigo diante da invasão de ETs, como era a opinião dos milicos sobre os "japs"; o Japão estava de joelhos, se rendendo, querendo apenas preservar o imperador Hiroito e a monarquia instituída. A "razão" real era que o presidente e os "falcões" queriam testar o brinquedo novo. Truman escreve em seu diário, depois do primeiro teste da Bomba, como um garoto entusiasmado com um "Lego": "É incrível! É o mais destruidor aparelho já construído pelo homem! No teste, fez uma torre de aço de 60 metros virar um sorvete quente!" A outra grande "razão" americana para o ataque era a vingança. Os USA tinham de vingar Pearl Harbour. As duas bombas caíram "de surpresa", exatamente como fora o ataque japones, anos antes. Além disso, queriam intimidar a União Soviética e Stalin, pois a guerra fria já assomava no horizonte. E, por fim, queriam dar também um show de som e luz para o mundo todo, uma superprodução a cores que enfeitasse a marcha do império. Assim como os nazistas elaboraram uma "normalidade" burocrática para a "solução final", os americanos criaram uma lógica "científica" para seu crime. Por isso, Hiroshima não sujou o nome da América tanto quanto o Holocausto manchou para sempre o nome dos alemães. Até hoje, quando se fala em alemão, pensa-se em Hitler, enquanto Hiroshima quase soa como uma catástrofe "natural", inevitável, um brutal remédio no calor da guerra. O crime dos alemães justificou e absolveu o crime americano. E como os americanos saíram limpos dessa? Creio que, naquele momento infame do Ocidente, não havia conceitos disponíveis para condenar esse crime; o mundo pensante estava todo dentro de um grande lixo, numa vala comum de detritos humanistas. A época estava morta para as palavras, não havia mais sentido diante dos fatos. Só restou, na Europa, o desalento, a literatura do absurdo, o existencialismo, o suicídio filosófico, o niilismo em meio às ruínas. Enquanto, na América, longe de tudo, da Ásia e da Europa, só aconteceu a euforia do papel picado caindo na 5.ª Avenida, sobre os heróis da "vitória" da democracia. Era o início de uma era de prosperidade e esperança, dos musicais de Hollywood, pois o "eixo do mal" estava vencido e derretido. Alegria que durou até 1949, quando os comunas explodiram a bomba H, quando começou a guerra fria.
(Arnaldo Jabor)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

o perfume que faz bem

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Lavanda

O óleo essencial da lavanda (do latim "lavare", "lavar") já era utilizado pelos romanos para lavar roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e como produto curativo (indicado para insônia, calmante, relaxante, dores, etc.). O óleo é obtido da destilação das flores, caules e folhas da espécie Lavandula officinalis. Entre várias substâncias, o óleo apresenta na sua composição o linalol e o acetato de linalila, que conferem a sua fragrância e, ainda, resina, saponina, taninos cumarinas. (Fonte do texto: Wikipédia, a enciclopédia livre).

• típica casa provençal









Suas propriedades, no entanto, podem ser mais resumidas nas de calmante e reguladora. Talvez a mais importante seja sua capacidade de restaurar o equilíbrio da mente ou do corpo.
 
                                             
 buries-antigas casinhas de pedra da região









Composição química é muito rica: 
ésteres, geraniol, linalol, e muitos outros elementos importantes.
Após um verão quente e seco, o óleo deverá apresentar uma proporção mais elevada de ésteres(calmante), do que após um verão fraco. É nativa do Mediterrâneo.

Propriedades:
• excelente óleo para problemas de garganta, massageando o óleo na região da garganta, alivia 
   a tosse irritativa.

• é anti-séptico e analgésico, ideal para tratar queimaduras e todo tipo de ferimentos.

• uma pequena quantidade do óleo no banho do bebê, ajuda no sono.

• a ação do óleo sobre o músculo do coração é ao mesmo tempo tônico e sedativo, o que torna      valioso para tratamento de palpitação.

• uma da mais importantes ações do óleo, dá-se na no alívio de dores musculares.

• massageando com óleo as têmporas alivia certas dores de cabeça.

• atua no caso de tensão nervosa.

• aumenta a nossa auto estima.

• lava, limpa e desintoxica.




(fotos da internet)

OBS.: Não deixe de consultar seu médico.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

 
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